Relato a
seguir as etapas da oficina, realizada com os alunos do 3º EJA da EEEFM Daura
Santiago Rangel:
Inicialmente,
reviso o conceito de gênero textual, ponto de partida para o trabalho de
conceituação de ficção. Daí, discuto os gêneros desta: conto, novela e romance,
sempre ressaltando as noções de enredo e personagem, e discutindo as
especificidades de cada forma, como
por exemplo a extensão e a complexidade de cada uma.
O passo
seguinte é apresentar as características do microconto. Como quase tudo (talvez
tudo) em literatura, a definição de microconto é discutível. Uma delas afirma
que ele deve ter a extensão máxima de um tweet,
ou seja, 140 caracteres.
Como exemplo,
apresento aos alunos os seguintes microcontos, e os provoco a perceberem que,
mesmo muito curtos, tais textos trazem enredo, personagens e, sobretudo,
qualidade literária – aquele trabalho com a linguagem que distingue literatura
da linguagem cotidiana:
“Vende-se:
Sapatinhos de
bebê nunca usados”
Ernest
Hemingway
“Gravidez:
Deu para engordar.”
Cristina
Alves
A próxima
etapa é prática. Concedo aos alunos o prazo de uma semana para criarem um
microconto. A seguir resumo o envolvimento de cada turma com a ideia:
3º EJA “A”: O
engajamento foi bastante satisfatório. Dos alunos que frequentam regularmente
as aulas, apenas dois não produziram ao menos um microconto. Alguns a princípio
copiaram obras da internet e apresentaram como suas. Expliquei que isso
caracterizava plágio e, para talvez a surpresa deles mesmos, depois conseguiram
criar seus contos, e com qualidade. Houve casos ainda de alunos que entenderam
que eu havia pedido uma pesquisa sobre a definição de microconto, no que eu
expliquei que aquele não era o foco, e esses também criaram seus próprios
trabalhos.
3º EJA “B”:
Ao contrário da outra turma, aqui encontrei resistência à ideia e apenas um
aluno aceitou o desafio e, após algumas tentativas, conseguiu produzir um
microconto que pudesse ser assim chamado.
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