A orientação de ampliar o acesso ao ensino superior gratuito não se restringe à criação de novas universidades ou ampliação das já existentes. Para reunir as instituições que oferecem cursos à distância (EAD), o governo criou a UAB (Universidade Aberta do Brasil).
A UFPB está nessa e faz seu terceiro vestibular no próximo dia 24, com 8.710 candidatos concorrendo a 2.115 vagas. Com a nova leva, a UFPB virtual passará a ter mais de 6 mil alunos, cerca de um quarto do número de alunos convencionais da instituição. Lembrando que o número de cursos oferecidos à distância ainda é reduzido, pois o foco são as áreas que formam professores para a educação básica, ou seja, pedagogia e licenciaturas.
A ideía da UAB é levar a universidade a pequenos municípios que não tenham campi ou ampliar o número de vagas naqueles que já têm (por isso existem pólos em João Pessoa e Campina Grande). A implantação dos pólos se dá de forma similar ao Samu: envolve as três esferas de governo. Daí a importância de um prefeito com boa vontade e visão. Muitos administradores acreditam que investir em saúde é comprar ambulância pra transportar doentes, bem como consideram investimento em educação arranjar um ônibus pra levar os estudantes para estudar nas cidades maiores.
Se entendi bem, a estrutura do pólo é simples: uma sala equipada com computadores ligados à internet. O resto, ou seja, o pagamento de monitores e professores bem como toda a arquitetura do ensino é com a universidade. Por falar em professores, na parte presencial do curso são eles que vão até o aluno, em sua cidade, e não o contrário.
Um fato interessante na UAB é que a expansão das universidades não respeita as fronteiras dos estados a que elas pertencem, o que gera algumas curiosidades. Por exemplo, a pequena Duas Estradas-PB tem um curso de licenciatura em Educação Física oferecido por nada menos que a UnB! Já a UFPB Virtual, além das cidades do interior do estado, tem pólos em Pernambuco, Ceará e até na Bahia.
Caladinho, à margem de discussões que estão sempre nos holofotes, como a das cotas, o EAD cresce e arrebanha entusiastas. Um deles é Claudio de Moura Castro, colaborador da Veja, que escreveu sobre o tema na edição de 15 de abril da revista. Apesar de reconhecer algumas desvantagens ("exige pessoas mais maduras e mais disciplinadas, pois são quatro anos estudando sozinhas"), ele cita o Enade como prova de que o ensino à distância é o futuro: "Em metade dos cursos avaliados, os programas à distância mostram resultados melhores do que os presenciais!" E não para por aí: "Cada vez mais, o presencial se combina com segmentos a distância, com o uso da internet, e-learning, vídeos do tipo YouTube e até o prosaico celular. A educação presencial bolorenta está sendo ameaçada pelas múltiplas combinações do presencial com tecnologia e distância." Será?
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